Como melhorar a qualidade da mobilidade urbana para mulheres na cidade de São Paulo?
A mobilidade urbana é um dos desafios do município de São Paulo, e este desafio se agrava quando falamos em mobilidade urbana feminina. Dados apontam que há uma diferença no modo como as mulheres e os homens se locomovem pela cidade. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano, informa que em 2017 as mulheres se locomoviam menos pela cidade (média de 2,03 viagens ao dia, enquanto os homens fizeram a média de 2,23 viagens ao dia).
A pesquisa Informes Urbanos, feita em 2016 pela Prefeitura de São Paulo, mostra que as mulheres são as que mais utilizam o transporte coletivo e andam mais a pé do que os homens; em geral, 74,6% dos deslocamentos femininos são feitos dessas duas maneiras.
Foram identificados os seguintes problemas: a falta de calçadas e pontos de travessias de ruas inadequadas (o que se torna mais grave quando a mulher está levando alguma criança); a falta de oferta de transportes fora do horário de pico; a falta de oferta de transporte que circule no interior do bairro e a dificuldade para entrar no transporte público superlotado (com aumento maior de dificuldade quando ela está com crianças, acompanhando idosos ou levando pacotes de compras).
Ao caminhar, experimentam problemas no itinerário, como a falta de segurança, ruas esburacadas e sem iluminação adequada, falta de calçadas e a disputa do espaço com automóveis. São áreas segregadas e com severos problemas de acessibilidade (MARTINEZ, 2015), que exige delas um esforço para deslocamentos a pé. O espaço urbano não é neutro em gênero, e as diversas mulheres brasileiras que o ocupam sentem a hostilidade do território em camadas físicas e subjetivas de violência.